Quando me tornei o chefe da pesquisa, ninguém mais se importava em achar uma cura. Todos tinham certeza que isso era impossível. Homens da ciência começaram a acreditar que aquilo pertencia a um poder maior. Que o apocalipse não era para ser entendido, apenas aceitado.
Confesso que me senti atraído por essa hipótese. E muitas vezes me peguei pensando nela. Mas não me deixei levar, como eles. Eu sabia que existia algo, sabia que existia algo a ser descoberto. E tinha certeza que seria eu quem encontraria a verdadeira resposta.
Então comecei a pesquisar. Ignorei, solenemente a maconha e me dediquei a qualquer outro aspecto que pudesse encontrar. Talvez se tivesse levado a maconha um pouco mais a sério, os resultados não teriam demorado tanto para surgir. Talvez se eu tivesse tido alguma ajuda, que não apenas moral, poderíamos estar em uma situação diferente agora.
Mas, seja como for, passei três anos não fazendo nada mais em minha vida. Todo dia, de manhã até à noite, entrava no laboratório, pegava amostras de sangue e tecidos, colocava no microscópio e analisava.
Foram três longos anos.
Três, infrutíferos, anos.
Três anos de desespero.
A falta de resultados me deprimia. Muito. Tinha tanta certeza que acharia algo. Mas, conforme o tempo passou, comecei a abraçar a possibilidade que minha vida toda foi apenas uma ilusão. De que não havia uma causa para tudo aquilo acontecer. A ciência não poderia explicar o que estava acontecendo.
Perdi minhas esperanças de achar algo.
Foi só então que tive uma ideia.
E se a maconha estivesse, de alguma forma, ligado a tudo isso? E se os cientistas do mundo inteiro apenas estivessem olhando para o lado errado? Era um pensamento arriscado, principalmente, pois só havia um jeito de testar minha teoria, eu precisava de uma cobaia.
Precisava de alguém que tivesse sido recém-infectado, mas quem estaria disposto a morrer pela ciência? Morrer por uma pequena esperança? Morrer por algo que, dificilmente, dará resultado? Quem?
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