Sobre Terraforming Mars, Ticket to Ride e Ticket to Ride: Rails & Sails, Twilight Struggle e Über
Terraforming Mars é um jogo semi-cooperativo no qual o objetivo dos jogadores, como o próprio nome diz, é terraformar (tornar habitável para humanos) Marte. E ele é semi-cooperativo pois ações que você toma lhe dão pontos individuais de vitória mas permite que outros jogadores façam outras coisas – que vão render pontos para eles.
Essa dinâmica de pensar em si, mas também pensar no outro, é interessante pois faz com que você tenha que juntar a individualidade com a coletividade e balancear esses dois aspectos é desafiador de uma maneira divertida. Outro ponto positivo dessa mecânica é que não precisa pensar na estratégia sozinho, pode esperar por ações de outros para te beneficiar. A coletividade faz o individual melhorar, essa é uma lição que deveríamos aprender.
Terraforming Mars é um jogo bem divertido e relativamente fácil de se aprender, recomendo a disputa de algumas partidas.
Ticket to Ride e Ticket to Ride: Rails & Sails
Ticket to Ride é o jogo (pelo menos dos modernos) de tabuleiro mais fácil de aprender que já joguei e um dos mais, talvez o mais, divertido de todos. Seu livro de regras tem uma página e é possível aprendê-lo em menos de cinco minutos, é um excelente jogo para qualquer ocasião.
O problema, que não chega a ser um problema em si, é jogar demais. Há um ponto em que ele passa a ser chato por ser muito repetitivo, acho que um sinal disso é quando começa a decorar as rotas. No começo, ver o que o outro jogador está fazendo e saber o porquê daquilo trás uma dinâmica de competição interessante, o problema é que se já decorou as rotas jogou o suficiente para enjoar do jogo. Por isso expansões são necessárias.
Ticket to Ride: Rails & Sails traz um mapa muito maior, o mundo e um muito menor (a região dos grandes lagos) mas, mais importante do que isso, ele também trás uma noiva dinâmica e formas novas de pensar. O acréscimo de barcos é interessante para a formação de rotas, os portos são um bônus muito bem-vindo e um incentivo para pegar mais destinos e poder pensar no mundo como redondo, ou seja, fazer a rota “por fora” do tabuleiro cria situações interessantes.
Eu recomendo muito Ticket to Ride e a sua expansão – e muito provavelmente recomendaria todas as expansões se tivesse as jogado.
Twilight Struggle é o meu jogo favorito!
E acho que não teria como ser muito diferente, ele junta coisas que eu gosto muito: complexidade (mas não uma que precisa dedicar a vida ao jogo), pensamento estratégico de futuro e, principalmente, Guerra Fria. Como um aficcionado por esse período da história, pela questão da espionagem, da divisão mundo, da divisão de um país e de uma cidade, seria virtualmente impossível eu não gostar muito de Twilight Struggle e como ele foi mais, muito mais, do que apenas a temática…
Acho que o que eu mais gosto do jogo, e que complemente muito bem o clima da época, é como você precisa ir infiltrando-se em países, colocando influência, fazendo realinhamentos e golpes para colocar-se em posições de domínio e vitória, mas sempre atento a não ser muito agressivo para não causar uma guerra nuclear e não esquecendo que a corrida espacial não é fundamental mas pode servir muito ao objetivo quando usada na hora correta.
Meus dois únicos “poréns” com o jogo vem do fato de que eu preferia que as cartas não se misturassem – quando na fase de early war usar só as cartas desse período, quando avançamos para o mid war só as dessa fase estariam disponíveis e ao chegar no late war ter a disposição apenas esse baralho, não é algo catastrófico, mas acho que seria mais interessante do ponto de vista historiográfico não poder usar a “Desistalinização” na década de 1990. O outro ponto é que eu gostaria que tivesse o jogo digital disponível no celular e em lojas além da Steam.
Seja como for eu não consigo recomendar Twilight Struggle o suficiente! Joguem!
Über e Über: Invasion são uma série de quadrinhos escrito pelo Kieron Gillen e desenhado por alguns artistas, publicados pela Avatar Press e eles são fantásticos!
As obras abordam o que aconteceria, se dias antes da rendição incondicional da Alemanha Nazista um projeto secreto dos nazistas tivesse criado super-heróis que, à primeira vista, só podem ser derrotados por eles mesmo. É o final da II Guerra Mundial, a Europa está obliterada e a Alemanha não tem mais forças para manter ofensivas, os Aliados também já sentem o peso da quase uma década de combate, é um cenário caótico e destruído, ninguém tem mais forças para estender o combate, por isso, quando os alemães o estendem é apenas com um objetivo: não ganhar, mas garantir que todo mundo perca.
Eu havia lido a obra de forma mensal, e com os muitos atrasos que ela sofreu, e tendo outras leituras no meio eu só achava ela foda! Mas ela é muito mais do que isso. O trabalho do Gillen e dos artistas é primoroso, fantástico! Ao ler tudo de uma vez fica clara a genialidade por trás dos conceitos, a maneira com que mais soldados são criados com especialidades diferentes (pessoas viram ainda mais armas do que já são em uma guerra) e a temática de “garantir que todo mundo vai perder” permeia toda a série e explica tudo o que acontece.
Über é fantástico! E eu mal posso esperar pelo final, que talvez nunca seja publicado.
PS: Por motivos de SARS-CoV-2 não estou fazendo nada além de assistir e ler, então por enquanto vamos ter apenas críticas aqui nas Mortes.
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